quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Actuação Criminal Eficaz vs. Direito à Reserva da Vida Privada

Hoje em dia, discute-se bastante até que ponto se usam e se devem usar as escutas telefónicas no combate à criminalidade, porquanto elas comportam uma violação da vida privada de cada um. Este é, quanto a mim, um assunto de extrema importância e que me preocupa bastante. Sinto que, passo a passo, vai ser impossível termos qualquer privacidade que seja. As escutas são um dos meios que invadem essa privacidade, mas não são o único meio. O crescente avanço da tecnologia permite actualmente seguir todos os passos do cidadão. A título de exemplo, é possível saber a localização de alguém com uma precisão elevada através do telemóvel. Mas também já se fala em tornar obrigatória a utilização de tacógrafos nos automóveis à semelhança do que existe nos camiões. Não tarda nada, e começam a aplicar multas por excesso de velocidade a partir das consultas do tacógrafo... Este tipo de tecnologias poderá ser muito útil para facilitar a detecção de infrações ou de crimes, sem dúvida alguma. Mas será isso mais importante que a devassa da privacidade de cada um? Vamos ficar com um Estado opressor, onde tudo o que fazemos é controlado. Daqui a pouco, de cada vez que pisarmos a linha, recebemos automáticamente no nosso telemóvel uma multa ou uma sentença. Não quero ser controlado, não admito que entrem na minha esfera privada, que prezo muito! É preciso ter muito cuidado com a utilização desses métodos. Quem os faz? Quem os controla? Limitam-se estritamente ao necessário? Deixo aqui umas interrogações para reflectir...

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