Madaíl: o Senhor da Razão
Ontem, Gilberto Madaíl disse a mais profunda verdade: não se pode comparar a atitude do Zéquinha com a do Scolari. Apesar disso, deixou a entender que a do jovem jogador é mais grave.
Aqui já não posso estar de acordo! Por várias razões:
1) Ambas as atitudes são irreflectidas, compreendendo-se melhor vindo de um jovem;
2) Uma agressão é bem mais grave, que um retirar de cartões da mão do árbitro, pois põe a integridade física da pessoa atingida em perigo;
3) Qualquer cargo de liderança impõe que o líder tenha um comportamento exemplar, para poder exigir o mesmo às pessoas abaixo dele;
4) A própria FIFA castigou o Zéquinha com 3 jogos, a passo que a UEFA castigou o Scolari com 4, que demonstra que estes organismos consideram mais grave a atitude do Scolari;
5) Se a razão para a suspensão por um ano, foi o péssimo contributo para a imagem nacional, esta ficou bem pior com a atitude do Scolari e mais ficará se a F.P.F. se mostrar solidária com a atitude tomada.
Infelizmente, já estamos habituados a estas incongruências. Para uns, defende-se o indefensável, para outros, atira-se logo para a fogueira. Relembro que o Madaíl mostrou toda a solidariedade com o João Vieira Pinto, quando este agrediu um árbitro, chegando mesmo a negar as evidencias que as fotografias e filmagens mostravam. Com atitudes destas, faz passar todos por burros e transmite a imagem para fora que os Portugueses revêem-se nestas atitudes e as acham normais e compreensíveis. Neste momento está-se a querer fazer o mesmo com Scolari. É preciso limpar a má imagem que já temos de falta de fair-play e isso só se consegue com uma mão pesada para os infractores.
Não sou contra a penalização do Zéquinha, apesar de talvez ter sido um pouco excessiva deu um exemplo de mão pesada, mas se depois defendemos o indefensável, acaba por retirar o efeito prático das penalizações anteriores. A mensagem que passa é: "Quando ganhares algum estatuto, és livre de fazer as asneiras que quiseres sem consequências. Até lá, tens que te portar bem.". Bastante pedagógico.
O líder além de ser o primeiro a dar o exemplo, tem que ser congruente nas suas atitudes, evitando entrar em contradições, para não perder a credibilidade. Madaíl é um péssimo líder, porque falha em todos estes pormenores.
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